Embora já há dois mil anos, Vitruvius, um dos mais célebres arquitetos da antiguidade romana, tenha definido a qualidade estética como uma das mais relevantes propriedades do projeto arquitetónico; a consideração da experiência estética como um elemento vital da experiência humana é relativamente recente. Ora, quando Freud começou a falar sobre o inconsciente e o seu impacto no comportamento dos indivíduos, a tecnologia ainda não permitia uma compreensão fisiológica dos seus efeitos. Contudo, com o avanço da tecnologia, hoje é possível saber, com relativa precisão, de que forma o corpo humano reage a determinados estímulos, motivo que fez nascer a neuroarquitetura. Mas, afinal, do que se trata?
Neuroarquitetura: do que se trata?
A neuroarquitetura é o estudo da forma como o ser humano responde ao ambiente construído. Aqui, o foco está no estímulo da relação simbiótica entre a arquitetura e a neurociência, com o objetivo de desenvolver projetos com verdadeiro impacto no bem-estar dos indivíduos. Por outras palavras, isto quer dizer que a finalidade da neuroarquitetura é a projeção de escolas que estimulam a capacidade cognitiva dos estudantes, hospitais que incrementam a capacidade de recuperação dos pacientes, clínicas que tranquilizam e diminuem os níveis de ansiedade dos utentes ou ambientes de trabalho que melhoram a criatividade e os níveis de cooperação dos seus profissionais.
No fundo, para além de forte e estruturalmente estável, o espaço projetado deve atender às necessidades dos ocupantes, enquanto apraz o seu sentido visual e estético. Exemplos disto, são as práticas de construção e design do antigo Oriente, como o Vaastu Shastra indiano ou o Feng Shui chinês. Práticas que oferecem extensas linhas de orientação para a criação de uma harmonia espacial que confere coerência ao ambiente construído.
A neuroarquitetura no design de espaços de saúde
São vários os estudos que indicam que as qualidades estéticas da arquitetura têm um impacto significativo no humor, no comportamento, no processamento cognitivo e na sua saúde mental do ser humano. A par disto, a grande maioria das pessoas passa aproximadamente 90% do seu tempo dentro de um espaço fechado. Razões que justificam o interesse generalizado de cada vez mais arquitetos e designers na aplicação prática dos princípios da neuroarquitetura no projetar de espaços dedicados à prestação de serviços e cuidados de saúde. Confira alguns!
Identificar e avaliar o perfil emocional do utente
Em primeiro lugar, é importante avaliar o perfil emocional do ocupante do espaço. É fundamental estabelecer, com firmeza, o tipo de experiência que o utente deseja ter e qual a sensação que o espaço deverá transmitir aos visitantes. Assim, o bem-estar físico e emocional dos ocupantes são fatores que têm de estar na base da abordagem que fundamenta o design de interiores do espaço, para que os objetivos da neuroarquitetura sejam alcançados.
Estimular os sentidos dos ocupantes do espaço
Segundo os princípios da neuroarquitetura, é crucial identificar e aplicar elementos capazes de estimular os sentidos dos ocupantes de qualquer espaço interior. Assim, no caso do setor da saúde, estes deverão ser o olfato e a visão. Existem estudos que afirmam, por exemplo, que a iluminação artificial pode afetar o ritmo circadiano do utente, tendo impacto direto no seu humor. Enquanto que o papel do design biofílico na redução dos níveis de stress dos utentes ou na melhoria dos níveis de concentração dos profissionais de saúde são factos cientificamente atestados.
Imagem New York-based architecture studio
Por outro lado, explorar a geometria, através da introdução de mobiliário técnico especializado, é uma ótima maneira de facilitar e estimular o fluxo de utentes pelo espaço. O mobiliário circular, por exemplo, incentiva uma maior atividade cerebral, em comparação com o mobiliário quadrado ou retangular. Enquanto que um design moderno e minimalista evoca um sentimento de assertividade e clareza.
Eliminar a desordem e facilitar a tomada de decisão
Por último, em espaços comerciais como farmácias, a neuroarquitetura impõe o princípio da tomada de decisão. Isto quer dizer que é imprescindível encontrar formas de reduzir a quantidade de desordem existente no espaço, através do design de interiores. Ao facilitar a tomada de decisão do utente com recurso a lineares esteticamente apelativos, os níveis de stress e ansiedade diminuem substancialmente, facto que incrementa os seus níveis de satisfação.
MEDD: o espelhar dos princípios da neuroarquitetura
Na MEDD, incorporamos conceitos inovadores na projeção de espaços de saúde que espelham os princípios da neuroarquitetura. A nossa equipa de profissionais inspira criatividade e engenho para que qualquer espaço dedicado à prestação de serviços de saúde seja uma fonte de bem-estar e satisfação para profissionais de saúde e utentes.
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