Expressões como “100% Natural”, “amigo do ambiente” e “ecossustentável” estão por toda a parte e apelam ao sentido de comunidade do consumidor, revelando uma postura consciente e ética em relação à natureza. No entanto, o prefixo “eco” não é apenas popular. No design de interiores, a responsabilidade ambiental é bem mais que uma tendência. Conheça, neste artigo, os 5 princípios do ecodesign.
O que é o ecodesign?
O ecodesign surgiu no final do século XX como resposta à produção industrial. Diferente do estilo ecológico, que visa criar uma sensação de frescura e naturalidade no interior (principalmente através da utilização de materiais naturais e uma abundância de plantas vivas), o ecodesign valoriza a conceção de espaços ou objetos que respeitem os interesses do planeta.
Fundamentalmente, o ecodesign visa minimizar a utilização de recursos naturais não renováveis, reduzindo os resíduos gerados durante a produção, transporte e pós utilização de materiais de construção e objetos de decoração.
Os princípios básicos do Ecodesign
Nos últimos anos, o ecodesign tornou-se uma tendência importante do design de interiores, fruto de uma deterioração drástica da qualidade do ambiente. Naturalmente, os seus princípios estão diretamente relacionados com a noção de sustentabilidade. Confira:
1. Conexão com a natureza
Como não podia deixar de ser, o ecodesign visa restabelecer a conexão do ser humano com a natureza, valorizando a presença de elementos naturais tanto no interior, como no exterior.
Desta forma, tal como na arquitetura orgânica de Frank Lloyd Wright, no ecodesign, é necessário “preservar a paisagem, respeitando a topografia e os elementos existentes”. Isto possibilita que os utilizadores se sintam como parte de um ecossistema, permitindo que evoluam com as propriedades do mundo à sua volta.
Um excelente exemplo desta conduta é o Moss Grafitti: “a mais recente arte de guerrilha ecológica”. Um tipo de graffiti “inofensivo” e “amigo do ambiente”, onde tipografia, desenhos e padrões geométricos são criados a partir de material vivo, “cujo crescimento e floração se tornam parte significativa da paisagem”.
Outros exemplos são os jardins de telhado (também chamados de “ecotelhados”) ou as paredes vivas interiores.
2. Materiais naturais
No ecodesign, a beleza do material tem um carácter suplementar. As suas condições de extração, transporte e fabrico são, antes de mais, fatores primordiais para a sua seleção. Assim, materiais como metal, pedra ou madeira são muito valorizados em interiores inspirados no ecodesign.
Também mobiliário de vime, acessórios de bambu, rotim ou palha, tapetes de juta ou revestimentos de cortiça são igualmente bem-vindos.
Crédito de imagem: maisonsdumonde.com
3. Reduzir e reutilizar
O ecodesign valoriza não só a reciclagem de materiais, mas também aquilo a que os designers chamam de “dar uma nova vida a coisas velhas”, explorando ao máximo o potencial de móveis e objetos que já foram produzidos. Tudo o que seja autêntico, intemporal e produzido com atenção ao detalhe.
Essencialmente, este estilo de design dignifica e dá destaque a tudo o que resiste ao teste do tempo, promovendo uma utilização económica e eficiente dos recursos naturais. Seja um espelho vintage, paletes de madeira, azulejos feitos de vidro reciclado, um velho xaile da avó ou até mesmo malas de viagem antigas (objetos que podem ser transformados em belas mesas de apoio, por exemplo).
Fundamentalmente, falamos de materiais naturais, não tóxicos, cuja reutilização se traduz num benefício para o meio ambiente.
Crédito de imagem: whitedoorevents.com
4. Poupança de recursos
A Diretiva do Ecodesign da União Europeia e as regras de rotulagem energética vieram instigar a utilização de sistemas especiais para calcular a quantidade de recursos necessários para produzir, manter e eliminar cada componente de um interior, permitindo aos consumidores tomar decisões mais informadas e conscientes. Para além do mais, arquitetos e designers procuram adotar os princípios da sustentabilidade no design de interiores, favorecendo fontes de energia renovável e materiais naturalmente duráveis.
5. Fluidez & iluminação
Um interior concebido segundo os princípios do ecodesign é um espaço fluido e iluminado. Por isso, janelas panorâmicas e abundância de luz natural são requisitos obrigatórios.
Da mesma forma, devem ser priorizadas peças de mobiliário com formas e silhuetas simples e evitados elementos meramente decorativos. O objetivo é criar um interior organizado, onde elementos orgânicos e fontes de luz natural geram uma sensação de relaxamento e bem-estar.