Não é preciso ser especialista para saber que a construção de um espaço de saúde é um processo complexo e demorado. Afinal, é do seu planeamento e conceção que depende o resultado final, quer a nível de conforto, como a nível de resultados. Mas como fazê-lo de forma estratégica? Descubra algumas noções, neste artigo!
Qual o papel da arquitetura na promoção da saúde?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o estado de saúde não se refere apenas à ausência de doença. Ao invés, este inclui o bem-estar físico, mental e social da população.
Assim sendo, espera-se que os espaços de saúde sejam verdadeiros promotores de bem-estar, colocando questões como a usabilidade e a segurança no centro da discussão. Afinal, os espaços de saúde devem responder às necessidades e exigências da população, propondo novos comportamentos e sugerindo novos estilos de vida. Um contexto onde o espaço construído deve acompanhar a crescente complexidade vinculada à prestação de serviços de saúde, apresentando novas e melhoradas formas de utilização.
Espaços de saúde: boas práticas de conceção
Espaços de saúde devem ser “organismos” altamente articulados, em termos de função e comodidade. Mais do que nunca, eles devem ser projetados para se adaptar, contínua e repetidamente, às inovações tecnológicas e mudanças sociais.
Consequentemente, arquitetos e designers devem usar a flexibilidade como requisito fundamental para a conceção de espaços de saúde, tendo em conta múltiplos utilizadores e diversas funcionalidades. O que significa que toda e qualquer estrutura destinada à prestação de cuidados e serviços de saúde deve ter uma propensão natural para a versatilidade, sendo altamente adaptável, quer a nível da disposição, como a nível do desempenho.
Para além do mais, embora seja fundamental garantir todos os requisitos de ordem e orientação, é também essencial prever a humanização dos espaços, de modo a favorecer a recuperação dos utentes. Já no ano de 1965, Le Corbusier defendia que o ponto de partida para a projeção de um espaço de saúde deve ser o utente.
Ou seja, ao introduzir uma série de elementos de caris “doméstico” na projeção de espaços de saúde, como plantas, mesas baixas ou cadeirões, é possível criar um ambiente familiar que incita o bem-estar. Aqui, também é fundamental garantir a privacidade dos utentes, concebendo ambientes separados e acolhedores, capazes de estimular o repouso e a recuperação.
A conceção de Clínicas e Hospitais
Em estabelecimentos de saúde, como clínicas ou hospitais, rotas de ligação devem orientar o fluxo de pessoas, sendo facilmente identificáveis e reconhecíveis. Como tal, recorrendo a iluminação especial, cores, materiais e formas capazes de tornar estes espaços distintos, é possível agilizar o fluxo de utentes e os fluxos de trabalho. Afinal, a introdução destes elementos ajuda a mitigar a monotonia das rotas, estimulando o interesse e a atenção.
Finalmente, quando se trata de projetar áreas de espera e receção, é necessário garantir um acesso facilitado à informação, vinculando estas áreas a salas de atendimento e escritórios administrativos. Assim, a conveniência e a funcionalidade destes espaços têm frequentemente tanto impacto na qualidade dos cuidados de saúde como a disponibilidade dos mais recentes equipamentos de saúde. Estes espaços devem ser pensados em conjunto, considerando todos os utilizadores, desde profissionais de saúde a utentes.