O Dia Nacional do Farmacêutico é celebrado anualmente a 26 de setembro, como iniciativa das Secções Regionais e Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos. E para celebrar esta importante data, lembramos a longa e interessante história da farmácia, com a partilha de curiosidades que provavelmente desconhecia. Descubra, neste artigo, a origem dos símbolos da farmácia!
Ao longo da história, foram múltiplos os significados atribuídos à serpente. Afinal, entre lendas e profecias, a figura da serpente é uma constante. Mesmo na Epopeia de Gilgamés (uma das primeiras obras da literatura mundial) a figura da serpente aparece no momento em que o herói procura a imortalidade.
Para além do mais, a serpente passa pelo processo de ecdise (mudança de pele), sendo normalmente associada ao conceito de “saúde”, uma vez que este processo “simboliza a metamorfose entre nascimento, vida e morte”.
Almofariz com pilão é um símbolo bastante conhecido, no universo farmacêutico. Ambos eram instrumentos utilizados por boticários para moer e triturar diferentes ingredientes.
A utilização deste símbolo popularizou-se no ano de 1759, especialmente na Escócia e no centro da Europa.
Nos dias que correm, ainda é muito utilizado nos Estados Unidos da América para identificar a farmácia, enquanto estabelecimento.
Embora seja um dos mais populares símbolos da farmácia, a cruz verde não foi sempre como hoje a conhecemos.
Na realidade, ela começou por ser encarnada (até ser adotada pela Cruz Vermelha, no ano de 1863).
A partir deste ponto, enquanto símbolo de natureza e vida, a cor verde passou a estar associada à farmácia, tendo sido introduzida na Grã-Bretanha, no ano de 1984.
Asclepius, o Deus grego da medicina, aprendeu a arte da cura, tornando-se hábil na cirurgia e no uso de drogas para prevenção de doenças.
Uma vez que se fazia sempre acompanhar de uma vara, este símbolo da farmácia acabou por ficar associado aos cuidados de saúde.
Segundo a mitologia grega, Higia (deusa grega da saúde), filha e assistente de Asclépio (deus da medicina e da cura), corria para os templos de seu pai com uma taça de poção medicinal da qual a serpente da sabedoria bebia.
Como tal, Higia passou a ser representada com um cálice e uma serpente. Uma imagem fortemente associada à ideia de “preservação da saúde”, sendo um dos símbolos da farmácia mais conhecidos.
Habitualmente apelidado de Caduceus, o símbolo das duas cobras em torno de um bastão ornamentado com asas também tem origem na mitologia grega. De facto, a raiz deste nome encontra-se na citação “KeryKeion” que significa “pessoa do arauto” ou “aquele que defende uma ideia ou uma causa”.
O deus grego, Hermes, também conhecido por “mensageiro dos deuses” transportava consigo um bastão com duas serpentes. Embora, numa primeira fase, esta insígnia tenha sido adotada pela indústria da impressão para representar “os mensageiros da palavra impressa”; acabou por ficar associada ao Departamento Médico do Exército dos Estados Unidos, no ano de 1902, pela influência do capitão americano Franklin Reynolds.
Embora possa surgir como uma surpresa para alguns, o unicórnio é também um dos símbolos da farmácia. Mencionado, pela primeira vez, na Grécia Antiga, este animal sempre foi uma representação de cura e regeneração, tendo sido posteriormente adotado pela monarquia britânica e ostentado no Real Brasão de Armas do Reino Unido.
No ano de 1617, o rei James IV da Escócia e I da Inglaterra, concedeu à Sociedade de Apothecaries o seu alvará e a imagem de dois unicórnios foi incluída no seu brasão oficial. Atualmente, o unicórnio continua a ser animal oficial da Escócia representando, segunda a mitologia celta, pureza, inocência, masculinidade e poder.
Habitualmente utilizado por organismos farmacêuticos de Portugal e França, o símbolo da serpente e da palmeira é uma representação metafórica dos reinos animal, vegetal e mineral, dos quais surgem os constituintes dos medicamentos.
Atualmente, este símbolo é utilizado pela Ordem dos Farmacêuticos Portuguesa e pela Associação Nacional das Farmácias como marca de diferenciação.